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JÚLIO CÉSAR – História Nociva. *** Joyce Mansour *** Tradução [e prefácio] de Aníbal Fernandes *** Título original: Jules César *** Lisboa: Hiena Editora, 1987. Colecção Memória do Abismo – 15. (20,5 x 14,5 cm.) com 45 + [3] pp. Capa flexível. Exemplar razoável. Capa com marcas de manuseamento, manchas de acidez, levemente empoeirada, alguns vincos discretos e um pouco gasta nas margens e na lombada, apresentando mesmo pequenas áreas nas margens da contracapa ligeiramente roídas pela traça. Apesar de algo envelhecida, de um modo geral, está ainda bastante apresentável. Páginas em bom estado e limpas, embora apresentem um ligeiro amarelecimento, próprio do papel e da passagem do tempo. Tem uma pequena etiqueta de uma distribuidora de livros colada na primeira página. *** Primeira edição portuguesa de um dos textos fundamentais desta escritora e poeta “de margens e marginalidades”, de nacionalidade egípcia (mas nascida em Inglaterra) e de expressão francesa. «Surrealista tardia», lê-se no breve mas excelente prefácio, «esquecida do seu atraso, transportava para a vida exemplos da actuação provocatória que tinha celebrizado o Movimento muito para além da literatura e da política. (...) Teve um mistério pessoal ferozmente cultivado, defendido de tudo o que não fosse indesmentível ou comprovável por olhares alheios (...). Pelo contrário, na poesia expôs-se de sentimentos até ser possível segui-la nos meandros de uma complexa sexualidade. Em várias fontes de consulta vemo-la definida por palavras e imagens idênticas. Por exemplo o dicionário Larousse da poesia contemporânea fala de «versos abruptos, o mais livres que é possível, cheios de imagens erótico-macabras e de pesadelo, que em intensidade igualam as de Salvador Dali»; o dicionário dos poetas do Magazine Litteraire, esse fala em «erotismo fúnebre», «imagens de um incessante pesadelo sexual», de um «tom naturalmente sacrílego», acrescentando que «a pureza da escrita faz tolerar o que existe de atroz na sua visão»; a Poesie Surréaliste de J. L. Bedouin refere uma «singular liberdade», «que impressiona logo nos seus poemas e contos impregnados de um erotismo sombrio, cruel, corroído ao máximo pelo humor»; e em Le Surréalisme et le Rêve, de Sarane Alexandrian, encontramo-la de um «lirismo devastador», com «movimentos de furor uterino que a obrigam a cuspir blasfémias, obscenidades e insultos», com «um gosto pelo horrível que lhe dita, a cada passo, imagens muito desagradáveis, apenas aceitáveis pelo senso de humor negro». (...) A mais conhecida prosa de Joyce Mansour é este Júlio César (1956), uma história sangrenta do narciso lateralmente percorrida, ao sabor de culminâncias e depressões de inspiração mas sem abrandar de humor negro, por um razoável cortejo de «perversões» catalogadas nos manuais de sexologia». Capa de Augusto T. Dias. Tiragem de 1000 exemplares. Curioso e já pouco vulgar. *** Portes: envio gratuito em correio normal (tarifa especial para livros) * envio em correio registado: 1,70