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«É justificadamente célebre a personagem de Tartarin criada por Alphonse Daudet.
Na provinciana cidade de Tarascon, toda a gente conhece o cinquentão Tartarin pela sua imaginação fertil, uma imaginação que aproxima e ampha os objectos com a forca de um telescópio e transfigura em odisseias as pequenas peripècias de que é protagonista.
Tendo se coberto de gloria nas caçadas ao leão, das quais trouxe o soberbo camelo, o último da Argélia, que morreria mais tarde, carregado de anos e de honras, e cujo esqueleto se encontra no museu da cidade, entre outras curiosidades tarusconesas. Tartarin. que nunca vira os Alpes, foi eleito presidente do Clube Alpino de Tarascon, cercada apenas de colinas rescendentes a timo e a alfazema, mas baptizadas com nomes fabulosos como O Monte Terrivel», «O Fim do Mundo», «O Pico dos Gigantes, que os Tarasconeses escalavam como se de picos do Himalaia se tratasse. Para justificar tão elevada distinção e também para dar uma bofetadas em Costecalde, que the levava a palma nas ascensões aas montes de Tarascon e the disputava a tribuna da presidência, Tartarin sente-se na obrigação de conhecer os Alpes e, um pouco inquieto (so seu corpo nem sempre estava pronto para a batalha, mas a sua vontade conduzia-o lá, mcu grado seus), cheqc ao Rigi-Kulm.
Apesar de o compatriota Bompard the encarecer os perigos de tal empreendimento, decide-se a uma escalada, com uma bela e temerária segurança. Tartarin desaparece e, em Tarascon, todos o consideram morto. Mas, enquanto no Clube Alpino, Bompard pronuncia a oração fúnebre e exibe algumas reliquias do herói, o «glorioso» Tartarin regressa como uma visão do outro mundo, sem de resto surpreender ninguém: «Fiz o monte Branco dos dois lados: subi por uma vertente e desci pela outra.
Foi isso que levou a crer num desaparecimento.> Não confessou, evidentemente, que a segunda vertente a descera de... costas. Daudet, dotado de uma excepcional capacidade de observação psicológica, quis fazer dos seus livros documentos sobre a existência humana, mas a sua fantasia e a sua poesia envolvem de graça mesmo as imagens mais tristes e miseráveis, exorcizando-as por meio de um optimismo sorridente e uma fé obstinada na vida.
Tartarin nos Alpes, em que se conjugam a poesia e a sátira, o sério e o grotesco, a frustração e o sonho, é um dos romances de Alphonse Daudet que melhor revelam o encanto do seu estilo e o seu talento de narrador.
Do mesmo autor e nesta mesma colecção foi já publicada também a obra Cartas do Meu Moinho.»
Livros de Bolso
Nº páginas
184
Peso
133g