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Edição Editorial Aster, s./d.
Tradução de Maria Franco
As Férias do Sr. Hulot, cuja versão cinematográfica toda a gente conhece, é um livro sem história. A personagem principal, a estranha figura do Sr. Hulot, vem não se sabe donde, intervém nos aconte- cimentos e nas coisas como um mago que as despertasse para o mundo do riso e da vida, toca as pessoas e os seres com o seu espírito de infância, a sua liberdade e a sua poesia, e desaparece tão subtilmente como apareceu.
A bem dizer, com excepção de um ou outro gag mais evidente, o Sr. Hulot desperta mais ternura que riso, porque mesmo nas situações mais imprevistas é sempre o lado íntimo e poético das coisas que ele procura, nunca recorrendo à anedota fácil ou à estupidez humana. Mas isso é mais uma razão para prender o espectador - e agora o leitor - às aventuras do Sr. Hulot. Aventuras simples entre gente simples e coisas simples.
O Sr. Hulot não tem nada do herói aventureiro que tudo resolve e se delicia no complicado ou no absurdo. Não. Ele chega, toca os homens e as coisas e a graça acontece.
Tudo é tão natural e tão humano, que «qualquer um de nós podia ser o Sr. Hulot».