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Edição Caleidoscópio de 2004
Formato: 218 x 238 x 5 mm
Textos de Jorge Figueira e Eduardo Souto Moura
No contexto da obra de Eduardo Souto Moura, a Casa do Cinema Manoel de Oliveira é uma afirmação off, a deliberada tentativa de experimentar o oposto da sua consistentemente afirmada prática de projecto. Denota, por isso, uma inteligência reparadora; é um desvio aberto. Na Casa do Cinema, como em alguns dos projectos que realiza a partir de meados dos anos 90 (destacaria, a este propósito, as duas casas em Ponte de Lima), Souto Moura ensaia libertar-se da sua própria criação e ganhar uma distância reveladora. Ao fazê-lo, permite-se continuar a marcar os passos da arquitectura portuguesa. Nesse sentido, dir-se-ia que a instabilidade cúbica, a organização interior algo errática e a concentração num só tema - os olhos sobre a paisagem -, permitem pensar a Casa do Cinema como uma Folie.
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