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Edição Ulmeiro de 1994
Tradução de David Alan Prescott e Teresa Alexandra Prescott
As Cartas de Yage reúne a correspondência trocada entre William S. Burroughs e Allen Ginsberg entre 1953 e 1963, centrada na busca de Burroughs pela misteriosa planta amazónica yage (ou ayahuasca), um poderoso alucinógeno usado em rituais indígenas da América do Sul.
A primeira parte do livro consiste em cartas que Burroughs enviou a Ginsberg durante a sua viagem pela Colômbia e pelo Peru, nas quais relata encontros com curandeiros, experiências com drogas e reflexões sobre linguagem, consciência e controlo. A segunda parte inclui a resposta de Ginsberg e textos adicionais, como “Epilogo, 1963”, em que ambos revisitam a experiência à luz do movimento beat e da contracultura emergente.
Publicado originalmente em 1963, o livro combina reportagem, diário de viagem, ficção epistolar e ensaio visionário, antecipando temas que Burroughs desenvolveria em Naked Lunch — a crítica às estruturas de poder e o papel da linguagem como forma de vício e libertação.
A obra marca também uma transição: de um Burroughs ainda experimental, mas ancorado no relato realista da viagem, para o escritor que passará a usar montagem, colagem e escrita automática. O texto é também um dos primeiros testemunhos beat da busca de iluminação por via enteogénica, antecipando o interesse que mais tarde se tornaria central para autores como Huxley ou Leary.