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O que resta do 25 de Abril. Cultura e política de esquerda no limiar do século XXI.
«Neste ano de comemorações do 25º aniversário da Revolução de Abril de 1974, várias foram as obras publicadas, os depoimentos, as evocações, os balanços. No conjunto, os lapsos de memória, em aberto durante o último quarto de século, não foram preenchidos. Predominaram as perspectivas individualistas, facciosas, de partidos ou de classe. A timidez analítica roçou a cobardia intelectual.
Da História vão sendo apagadas evidências cuja natureza parecia indelével: a contra-revolução e a ingerência imperialista; a essência filofascista do actual regime democrático; o papel determinante dos militares no derrubamento do fascismo.
Vejo-me na inesperada contingência (para mim próprio) de ter que lembrar que o 25 de Abril de 1974 se deve, em primeiro lugar, à iniciativa e ação de militares, que anteriormente muitos deles se tinham sacrificado na resistência antifascista; que foram militares que, até ao último minuto da contra-ofensiva reaccionária de 1975, se mantiveram fiéis ao espírito libertador de Abril; e por isso pagaram com prisões, exílios e represálias multíplas. Entre esses, muitos houve que estavam dispostos a dar a vida pela Revolução. Por mim falo.»
Data de publicação: Dezembro 1999