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A Ideia Venceu a Morte: Drama em 2 Actos é uma rara obra de Manuel Francisco Rodrigues (1901-1977), publicada em 1958, no Porto, em edição de autor. Integra a coleção Oryan (n.º 3), conjunto de escritos de inspiração filosófica e mística que inclui também Memórias de Oryam e O Cântico de Oryam. Trata-se de uma peça teatral breve, em dois atos, protagonizada por figuras simbólicas – Oryam, Anakreon, o Universo, a Morte, o Homem e o Poeta – que encarnam a eterna luta entre o espírito e a matéria, a finitude e a transcendência. Através de um diálogo poético e metafísico, Rodrigues reflete sobre a vitória do ideal humano sobre a morte, num tom simultaneamente místico e libertário, característico do seu pensamento.
Mais do que uma curiosidade literária, este pequeno volume de 44 páginas representa o testemunho espiritual de um homem cuja vida foi marcada pela perseguição e pela resistência. Professor, filósofo e opositor ao Estado Novo, Manuel Francisco Rodrigues foi um dos primeiros presos políticos portugueses deportados para o campo de concentração do Tarrafal, onde permaneceu três anos e meio, sem julgamento. Da experiência resultaria mais tarde o célebre Tarrafal, Aldeia da Morte: O diário da B5 (1974), um dos primeiros relatos sobre o terror desse campo colonial, que lhe valeu o Prémio Literário “25 de Abril”.
Partidário de ideias anarquistas e cristãs, adepto do vegetarianismo e do naturismo, Rodrigues viveu longos períodos de exílio na Europa, tendo estudado Filosofia em Bruxelas e convivido com comunidades tolstoianas na Alemanha. Lutou como voluntário na Guerra Civil de Espanha, onde perdeu um olho, e foi internado em campos de refugiados em França antes de regressar a Portugal. No pós-guerra, radicou-se no Porto, onde lecionou e publicou várias obras sob o pseudónimo Oryam – nome que exprime o idealismo e a dimensão espiritual que atravessam toda a sua escrita.
Com páginas ainda por abrir, este exemplar numerado (n.º 723) de A Ideia Venceu a Morte é hoje uma raridade bibliográfica e uma peça significativa na trajetória de um autor que acreditou profundamente que o pensamento e a liberdade – a “ideia” – podiam, de facto, vencer a morte.
Palavras-chave SEO: Manuel Francisco Rodrigues, Oryam, Tarrafal Aldeia da Morte, literatura anarquista, misticismo, teatro português, Porto 1958, Estado Novo, presos políticos.
- Encadernação: capa mole
- Ano: 1958
- Páginas: 44
- Dimensões: 19,5 x 13,2 cm
- Exemplar lacrado, com páginas ainda por abrir
- Exemplar numerado: 723