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Edição A Bela e o Monstro de 2011, fac-simile da edição de 1925 da editora parisiense Au Sans Pareil
Pau-Brasil é o livro de estreia em poesia do escritor Oswald de Andrade, publicado em 1925 pela editora parisiense Au Sans Pareil. Mais do que ser meramente uma coletânea de poemas, a obra escrita nos anos antecedentes àquele ano é a mais representativa do movimento chamado Poesia Pau-Brasil, engendrado dentro do Modernismo brasileiro por Oswald na poesia e na pintura por Tarsila do Amaral (que projetou a capa e as ilustrações do livro), iniciado oficialmente pelo manifesto em 1924.
Na verdade, já havia poemas semelhantes aos de Pau-Brasil na obra anterior de Oswald, o romance Memórias sentimentais de João Miramar. Explorando o caráter primitivista latente na cultura e no cotidiano brasileiro da época, Pau-Brasil, com ilustrações de tendência semelhante feitas por Tarsila do Amaral, apresenta uma estética redutora, substantiva e contida que funda um continuum formal que enformaria os primeiros poemas de Drummond, a poesia de João Cabral de Mello Neto e o projeto da poesia concreta.
É o primeiro esforço organizado para a libertação do verso brasileiro, tendo pouco a ver com o termo futurismo utilizado pelos modernistas brasileiros no início do seu movimento, o livro utiliza nos seus poemas recursos de fragmentação, desmontagem e montagem, dando a percepção do movimento ao leitor, técnica cubista posteriormente adotada também pelos futuristas, bem como a dessacralização Ready made do dadaísta Marcel Duchamp, simplesmente transcrevendo, por exemplo, trechos de documentos históricos, como a carta de Pero Vaz de Caminha referente ao descobrimento do Brasil.