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Os Pedaços de Madeira de Deus de Sembène Ousmane é um romance que aborda a greve histórica dos trabalhadores da ferrovia Dakar-Níger em 1947-1948, representando a sociedade do pós-guerra e a luta pela independência africana. O livro é dedicado aos sindicalistas e suas companheiras, destacando a resistência e a luta dos trabalhadores contra a segregação racial, maus tratos e repressão colonial.
O romance Os Pedaços de Madeira de Deus inspira-se num facto histórico: a greve mantida pelos trabalhadores africanos do caminho-de-ferro Dacar-Níger de Outubro de 1947 a Março de 1948. Ergue-se como um grande friso que representa a sociedade do pós-guerra no que é hoje o Senegal e o Mali (então parte da África Ocidental Francesa), no momento em que se organiza a nascente classe operária africana.
Nas páginas de Os Pedaços de Madeira de Deus a África revolucionária faz ouvir o seu grito rebelde. Apesar dos personagens individualizados, o verdadeiro e grande protagonista é o povo, o povo africano catapultado pelo desenvolvimento histórico e pelas novas relações de produção impostas pelo colonialismo para o centro da luta de classes contemporâneas.
O autor deste livro, Sembène Ousmane, é um dos mais destacados autores africanos. Os seus romances, contos e filmes põem a nu as sequelas do colonialismo, desmascaram as neo-burguesias, criticam as sobrevivências «feudais» obscurantistas, atacam tudo o que continua a explorar as massas deste continente africano em que tantas independências foram apenas formais.
Autor:
Sembène Ousmane, nasceu em Ziguinchor, Casamansa, Senegal, 1 de janeiro de 1923 e faleceu em Dacar, Senegal, 9 de junho de 2007. Foi um diretor de filmes senegalês, produtor e escritor.
Frequentou a escola até aos 14 anos, passando depois por várias profissões: pescador, mecânico, pedreiro e militar. Participou de campanhas na Itália e na França contra o fascismo e o nazismo. Ao fim da 2ª guerra, trabalhou em Marselha como estivador, passando logo a ativista sindical. Autodidata persistente, enriqueceu seu conhecimento da vida e dos homens.
De regresso a África, entregou-se entusiasticamente a uma dupla atividade criativa: a de escritor e a de cineasta.
Foi considerado um dos maiores autores do sub-Sahara africano e é frequentemente denominado como Pai do Cinema Africano.
Ao longo da sua vida escreveu 10 romances e realizou 13 filmes de que se destacam:
Filmes
Borom Sarret (1963), curta-metragem
Niaye (1964), curta-metragem
La Noire De... (1966)
Mandabi (1968)
Tauw (1970), curta-metragem
Emitaï (1971)
Xala (1975)
Ceddo (1977)
Camp de Thiaroye (1988)
Guelwaar (1992)
Faat Kiné (2000)
Moolaadé (2004)
Livros:
Le Docker noir (romance) Paris: Debresse, 1956; new edition Présence Africaine, 2002.
O Pays, mon beau peuple! (romance) 1957.
Os Pedaços de Madeira de Deus - no original Les bouts de bois de Dieu (romance) 1960.
Voltaïque (contos) Paris: Présence Africaine, 1962.
O Harmatão - no original LHarmattan (romance) Paris: Présence Africaine, 1964.
Le mandat, précédé de Vehi-Ciosane Paris: Présence Africaine, 1966.
Xala, Paris: Présence Africaine, 1973.
Le dernier de l'Empire (novel) L'Harmattan, 1981.
Niiwam Paris: Présence Africaine, 1987.
Edição: 1º Edição 1978
Titulo: Os Pedaços de Madeira de Deus
Autor: Sembène Ousmane
Tradução: Maria José Marinho
Editora: Editorial Caminho
Páginas: 307