Eternus 9 - Um Filho do Cosmos

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Eternus 9 - Um Filho do Cosmos
Autor(a)
Victor Mesquita
Editora
Gradiva
Género Literário
Autores Portugueses
Distopia
Ficção científica
Banda desenhada
Sinopse

Victor Mesquita, um criador visionário

A marca deixada por alguns criadores no seu tempo histórico é algo que, por vezes, só pode ser avaliado em toda a sua extensão muito depois, quando a poeira dos dias já assentou e a percepção se torna cristalina, luminosa, reveladora.

Quando se fala da banda desenhada portuguesa, Victor Mesquita é um desses criadores. Olhando apenas para a reduzida extensão da sua obra, todas as dúvidas e cepticismos são legítimos. Mas basta reler, hoje, Eternus 9 - Um Filho do Cosmos, para nos darmos conta do quanto havia de estranho, deslumbrante e contra-corrente nessa aventura barroca que trazia ao pacato pequeno mundo português do terceiro quartel do século xx um grito desafiador e, pode mesmo dizer-se, saudavelmente provocador.

Nascido em Lisboa em 1939, Victor Mesquita só nasce verdadeiramente para a banda desenhada no início dos anos 70 do século passado. Para trás ficou uma longa passagem pelo sul de África - Moçambique e sobretudo África do Sul, onde criou uma agência de publicidade e publicou bandas desenhadas no jornal Rand Daily Mail.

No regresso à Europa, começa por deixar a sua marca na revista Jacto (1973) - onde publica a banda desenhada Viriato - e Cinéfilo (1974) - com a história Navegadores do Infinito, A Ilha da Bruma e O Homem que Não se Chamava Hemingway muitos anos mais tarde.

No rescaldo do movimento libertador de 25 de Abril de 1974, surge a revista de banda desenhada Visão, de existência muito efémera (apenas 12 saídas). O primeiro número sai em 1 de Abril de 1975 e tem como director... Victor Mesquita. É aí que surgem as primeiras pranchas de Um Filho do Cosmos, uma narrativa no registo de ficção científica graficamente esplendorosa, fortemente influenciada pelo estilo do criador francês Philipe Druillet.

Victor Mesquita é afastado da publicação ao fim de seis números e a história fica incompleta. Será necessário esperar quatro anos para que os leitores possam lê-la na íntegra na edição em álbum feita pela Meribérica-Liber (1979, seguida de edição francesa, pela Lombard, em 1983).

Nos anos seguintes, as incursões de Victor Mesquita no território da BD continuam a ser muito pontuais e fragmentárias. Colabora nas revistas Fungagá da Bicharada e Jornal Kalkitos (1979), é reeditado em O Mosquito (5ª série) e Selecções BD. Faz cartoons políticos na revista Opção, publica duas histórias no semanário Expresso em 1993 e 1994, e edita o álbum Trilogia com Tejo ao Fundo (Edições Asa, 1995), composto por histórias anteriormente publicadas em jornais e revistas (a já citada história Navegadores do Infinito, agora a cores), além de A Ilha de Bruma e O Homem que não se Chamava Hemingway. A última estação deste périplo está referenciada no ano de 1996, quando Mesquita participa na obra colectiva O Síndroma de Babel e Outras Histórias (edição do Festival Internacional de BD da Amadora).

Eternus 9 estará de regresso em breve, quando for publicada A Cidade dos Espelhos, uma história em que se mostra o que levou o protagonista a visitar a Terra e a cidade de origem dos seus progenitores. Mas enquanto isso não acontece, a revisitação de Um Filho do Cosmos permitirá ver (ou rever, para quem já conhece a obra) o que há de espectacular no grafismo total de Victor Mesquita, posto ao serviço de um desígnio maior - contar uma história atravessada pelos grandes problemas, aspirações e desejos da condição humana.

O leitor ficará surpreendido com as preocupações já então evidenciadas com os desiquilíbrios ambientais - uma realidade que não era assim tão óbvia à data de saída do álbum, e também não estava ainda inscrita na agenda dos governos e povos como está hoje. Mas o que claramente sobressai desta grandiosa viagem cósmica com poucas «rugas» - e isso é, sem dúvida, algo de novo no panorama da BD portuguesa feita até então - é a aspiração à totalidade subjacente na aventura humana do protagonista: integração, unidade e plenitude por via de uma redenção que está ao alcance de cada um, embora isso não esteja explícito. Esta é, porventura, a chave de compreensão do núcleo central de morte-germinação-nascimento e vida em Eternus 9- Um Filho do Cosmos.

Carlos Lemos, 2008

 

Idioma
Português
Preço
20.00€
Estado do livro
Novo, dentro do plástico.
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