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idioma: português, francês
O texto mais curto neste livro é o aforismo que Pedro Morais (Seigen) escreveu para o catálogo da exposição de José David na galeria Monumental (2017), que Thierry Simões transformou num objecto, um carimbo, numa dupla homenagem a Pedro Morais e José David.
Este livro foi publicado por ocasião da exposição José David — O teu rosto como o rosto da pintura, realizada na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em Lisboa, de 11 de Junho a 20 de Julho de 2024, com curadoria de Françoise David, José Luís Porfírio, Madalena Pena e Raquel Henriques da Silva
CRÍTICAS
«Olho agora a tua obra sem imagens por perto, como eu gosto de fazer, i.e., ver enquanto escrevo, esse modo de ver de que o Pedro Morais tanto lembrava, ver sem ver, porventura vendo mais com a memória, com o espírito e sobretudo com a presença que só algumas obras nos inscrevem na mente. Ver assim é uma espécie de gesto in¿nito que alguns pintores, pintando ou não, me ensinaram e tu foste um deles.»
José Luís Porfírio
«Não só José David se refaz através da pintura. As suas obras têm também o poder de convocar o espectador a indagar a identidade e as metamorfoses do ser, prosseguindo um questionamento sobre como nos vemos e nos (ap)representamos. E, com isso, a procura pelo nosso próprio rosto, que oscila eternamente entre o encontro e a perda.»
Madalena Pena
«Além do rosto, José David usou também o seu corpo como motivo de pintura. De perfil, em atitude expectante, ele permite-nos entrar no espaço do atelier, imobilizando o momento em que, encerrado numa tela, parece sair dela para entrar noutra, a que efectivamente irá trabalhar. De costas e tronco nu, ele não se identi¿ca mas permite que, os que o conheceram, o designem inequivocamente, através de sinais identitários que, no entanto, poderiam ser de outros corpos, de homens baixos e corpulentos. Tal como acontece com os retratos, o motivo, embora saliente, é, para ele, um caminho para a pintura, usada em manchas amplas, texturadas e luminosas.»
Raquel Henriques da Silva