Sê o primeiro a adicionar este livro aos favoritos!
Ernesto de Sousa (1921-1988) foi um artista de vários domínios, nomeadamente nas artes visuais e no cinema. Foi personagem central da cultura portuguesa. Fizeram parte do seu círculo de relações Almada Negreiros, Alves Redol, Lopes Graça, entre muitos outros. O seu filme Dom Roberto (1963), precursor do «cinema novo», foi premiado em Cannes. A caminho da Alemanha para apresentar Dom Roberto, Ernesto de Sousa fez um longo desvio pelo Magrebe (Marrocos, Argélia, Tunísia), de onde se corresponderia com o Jornal de Notícias. Os textos que escreveu mostram uma região muito para além dos tumultos políticos da conquista das independências. Mostram um escritor que nos cativa, procurando caminhos para entender a humanidade, para estabelecer laços com os outros.
CRÍTICAS DE IMPRENSA
« […]Cartas do Meu Magrebe é o registo sentido, assente na curiosidade e aberto ao imprevisto de uma viagem que não se esgota nos caminhos. Gestos de cortesia, rotinas de um património monumental ou a partilha de momentos que se tornam tão mais significativos quanto surgem do acaso têm, para o autor, tanta ou mais importância que o percurso.»
Sara Figueiredo Costa, Time Out
EXCERTOS
«Apesar de grande, o barco que nos leva de Algeciras a Tânger tem a graça airosa de um pássaro, branco e abstracto. Afasta- se de Gibraltar, uma rocha impressionante com o nome de um guerreiro berbere, para procurar as luzes de África. A meio caminho vemos as duas costas. Acreditar- se- ia com maior evidência na mudança de continente ao atravessar os Pirenéus.»