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Numa ruela de uma noite morrinhenta, Afonso acorda num contentor de lixo e descobre que perdeu a memória. Sem passado, procura-o pela cidade e encontra Evelina que parece tê-lo em excesso. Em circunstâncias distintas, também o agente Alves acorda num contentor de lixo. Se no primeiro caso o narrador homodiegético ignora os motivos do incidente bizarro que o desmemoriou, no segundo, uma voz omnisciente aponta razões que hão-de fundamentar o burlesco desfecho. O episódio que retrata Alves, o agente da Guarda, abre caminho à história prosaica de uma família de Caramelos, oriunda da região da Gândara, que recua ao início de 1800, atravessa a segunda metade do século XX e chega à atualidade.
Entretanto, Afonso, o amnésico narrador participante, está em crer que a misteriosa Evelina, com quem se envolve e o vai guiando na sua caminhada às arrecuas, forja vidas e conta-as como se fossem memórias. À medida que a oblíqua relação desliza para os afetos e Afonso começa a admitir alguma verdade no passado livresco de Evelina, a narrativa de um enviesado triângulo amoroso parece ir convergindo para a da gesta dos Caramelos, com a qual alterna.
CRÍTICAS
«Com uma obra consolidada, Silvério Manata relata de forma genuína e poética a região da Gândara, as suas gentes e a sua psicologia social. Faz jus ao mestre Carlos de Oliveira, seu conterrâneo.»
António Tavares, Prémio Leya