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Se a dimensão refractária da obra de Mark Twain é ainda eclipsada pelos seus textos mais famosos, este edificante conjunto de curtos ensaios, sátiras e discursos, escritos entre 1868 e 1884, vem repor a justiça no caso. Neles, Twain encarna, com humor inigualável, ora um candidato à presidência americana que revela sem embaraço o seu sórdido passado, ora um funcionário público demissionário do Comité de Conquiliologia do Senado, vítima de uma intoxicação laboral.
Parodiando a bisturi os trejeitos retóricos do discurso político (que, pasme-se, pouco mudaram em 150 anos), o autor confessa-se ainda um honrado vira-casacas, volta a demitir-se de cargos públicos e declama uma elegia pouco elogiosa a um político defunto. e despede-se, por fim, argumentando que a coerência é manifestamente sobrevalorizada - sobretudo se em nome da lealdade ao partido.
Eis Mark Twain, o homem que dá o peito às balas, conquanto que o canhão esteja vazio. Eis o candidato cuja visão das finanças é amealhar tudo aquilo a que consiga deitar a mão.
Eis um candidato idóneo, «um homem que tem por base a depravação total e que se propõe ser demoníaco até ao fim».